Desenvolvimento

As abelhas são insetos holometabolos, isto é, a fêmea realiza postura de ovos que dão origem as larvas, que são morfológica e fisiologicamente diferentes dos adultos. Elas se alimentam, crescem, sofrem um certo número de mudas e se transformam em pupa, forma esta que não se alimenta e fica imóvel na célula de cria. Após algum tempo, a pupa sofre muda, se transformando em uma abelha adulta.
No caso de Meliponinae o ovo é posto em uma célula construída com cerume (mistura de cêra, produzida pelas operárias, e resina vegetal, coletada no campo) ou, no caso de algumas poucas espécies como Leurotrigona muelleri, com cêra pura. O alimento larval (mistura de secreção glandular, mel e pólen) é depositado nas células pelas operárias, imediatamente antes da postura do ovo, este tipo de aprovisionamento é denominado de aprovisionamento massal. O alimento se estratifica dentro da célula, dessa forma a larva ingere, inicialmente, a fase líquida, composta por secreções glandulares e mel e depois o pólen (fase sólida).
Durante o desenvolvimento a larva sofre quatro mudas larvais. Após haver terminado de ingerir o alimento, tece um casulo de seda e muda para pupa. A abelha adulta emerge da célula aproximadamente quarenta dias depois da postura. As operárias e os machos têm, mais ou menos, o mesmo tempo de desenvolvimento, enquanto que a rainha se desenvolve em menos tempo em Meliponini (trinta e sete dias), aproximadamente, no caso de M. quadrifasciata (Kerr et al., 1996). No caso de Trigonini, as rainhas são maiores que as operárias e levam mais tempo que as operárias e machos para emergir.
É interessante notar que, nessas abelhas, a postura envolve um ritual comportamental, bastante complexo (conhecido pelos especialistas pela sigla POP), que compreende interações entre a rainha e as operárias. Este ritual é típico para cada espécie e leva à deposição de alimento na célula, postura pelas operárias de ovos tróficos (ovos postos pelas operárias de muitas espécies, durante o ritual de postura e que serve de alimento para a rainha e que, em alguns casos, é comido pelas próprias operárias), ingestão de alimento pela rainha, postura (da rainha) e operculação da célula.
Durante a operculação, eventualmente, a operária pode realizar postura de ovo que, por não ser fecundado, irá originar macho (a rainha também pode por ovos não fecundados, que originarão machos).
As células de cria são agrupadas formando os favos, que na maioria das espécies de Meliponinae são horizontais, algumas espécies de Trigonini constroem favos em forma de cacho e existe uma espécie africana, Dactylurina staudingeri que constroe favos verticais.