Comunicação
Os meliponíneos possuem colônias
perenes e com muitos indivíduos e, para manterem essas colônias,
coletam grande quantidade de alimento parte do qual é armazenado
na colônia. A existência de mecanismos de comunicação,
que variam de espécie para espécie, permitem a esses insetos
sociais grande eficiência na exploração dos recursos
existentes no ambiente, como fontes de água, alimento ou local apropriado
para nidificação.
A forma mais simples de comunicação consiste, simplesmente,
em dispersar, na colônia, o "cheiro" do alimento que as
campeiras estão trazendo. As campeiras correm por dentro do ninho,
excitando as demais operárias pela movimentação. Novas
operárias saem ao campo em busca da fonte de alimento orientadas
apenas por esse "cheiro". Esse tipo de comunicação
é encontrado em Trigonisca, Frieseomelitta e Dukeola. Plebeia e Tetragonisca, durante a movimentação
dentro da colônia, produzem um som que ajuda a estimular as operárias
a saírem em busca de alimento com odor semelhante àquele
que estão transportando.
Em Partamona, a operária ao voltar de uma fonte de alimento
estimula outras operárias, posteriormente, sai do ninho em direção
à fonte, sendo seguida por outras operárias. A guia libera
durante o trajeto, um feromônio que auxilia na comunicação.
Em Nannotrigona, a operária que chega ao ninho com alimento
reparte-o com outra operária e durante o processo produz som. O
processo é repetido várias vezes tanto pela abelha que chegou
com alimento como por aquelas com as quais ela dividiu o alimento. Dessa
forma um grande número de operárias deixam a colônia
em conjunto em busca da fonte de alimento, e repetem o processo várias
vezes, de tal forma que em pouco tempo muitas abelhas da colméia
estão coletando na referida fonte.
Diversas espécies de abelhas comunicam a localização
da fonte de alimento por meio da marcação de uma trilha,
com feromônio produzido pela glândula mandibular. Em Melipona,
a campeira marca a fonte de alimento e faz marcas na vegetação
a alguma distância da fonte, essa pequena trilha ajuda as demais
operárias a encontrar o alimento. Operárias que chegam à
colméia com alimento, o distribuem a outras operárias, emitindo
som característico que indica a distância da fonte. As operárias
se orientam pelo som e pela trilha marcada junto à fonte.
Em diversas espécies de Trigonini, como Trigona, Scaptotrigona,
Oxytrigona e Cephalotrigona a trilha de cheiro é contínua
da colméia até a fonte de alimento. De espaço em espaço,
a operária marca a vegetação com uma pequena gota
de feromônio, a distância entre as marcas varia de espécie
para espécie. (Lindauer & Kerr, 1960; apud, Kerr et
al., 1996). Kerr et al. (1996) descrevem em detalhe os mecanismos
de comunicação em várias espécies de meliponinae.