Alimento
A imensa maioria das abelhas se alimenta de produtos obtidos nas flores. Os meliponíneos coletam néctar das flores e por desidratação e ação enzimática o transformam em mel que é armazenado na colmeia.
O mel das abelhas sem ferrão apresenta composição diferente do mel de Apis mellifera. São mais fluidos e cristalizam lentamente.
A quantidade do mel armazenado na colméia varia muito, havendo espécies que armazenam quantidades muito pequenas, como é o caso de Leurotrigona. Algumas espécies de Melipona armazenam quantidades bastante grandes, sendo que em algumas regiões elas são criadas para produção de mel, como é o caso de Melipona compressipes (Tiúba) no Maranhão.
O principal alimento protéico para as abelhas adultas e suas larvas é o pólen. Após sua coleta nas flores, pelas abelhas campeiras, ele é transportado para a colônia onde é estocado, sofrendo alterações físico-químicas, devido a processos fermentativos (Penedo et al. 1976). Esses processos diferem segundo o grupo a que pertence a abelha, e permitem uma melhor assimilação dos nutrientes e melhor preservação do alimento estocado (Machado, 1971).
Nos potes de estocagem de pólen, são colocados a massa de pólen, sucos digestivos e microrganismos. Posteriormente, esses potes são fechados, prosseguindo a fermentação que se processa, num primeiro momento, sob condições de aerobiose, ocorrendo sucessão de tipos bacterianos, diminuição do pH e da tensão de oxigênio. O produto inicial, rico em pólen e microrganismos, com pH em torno de 5,0 a 6,0; após alguns dias, dá lugar a uma massa fermentada, de coloração marrom levemente amarelado e odor característico, com pH em torno de 2,6, com baixo número de microrganismos (alguns anaeróbios) estando pronto para ser consumido pelas abelhas (Machado, 1971, Fernandes-da-Silva & Zucoloto,1994).
Espécies de Trigona do grupo necrofaga não visitam flores, mas utilizam em sua alimentação carne fresca de animais mortos. Em seus ninhos não são encontrados mel ou polén, apenas produtos derivados da carne coletada.